segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

"Uma grande menina, uma pequena mulher!
Que sem saber para onde ir ou o que perseguir acabou vivendo um lindo momento!!!"
"Se choras porque perdeste o Sol, as lágrimas não te deixaram ver as estrelas".
 (Tagore)

Quase

Ainda pior que a convicção do não,
É a incerteza do talvez,
É a desilusão de um quase!
 É o quase que me incomoda,
Que me entristece,

Que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
 Quem quase ganhou ainda joga,
Quem quase passou ainda estuda,
Quem quase amou não amou.

 Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos,
Nas chances que se perdem por medo,
Nas idéias que nunca sairão do papel 
por essa maldita mania de viver no outono.

 Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna.
A resposta eu sei de cor.
 Está estampada na distância e na frieza dos sorrisos,
Na frouxidão dos abraços,
Na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados.
 Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.

 A paixão queima,
O amor enlouquece,
O desejo trai.

 Talvez esses fossem bons motivos para
 decidir entre a alegria e a dor.
Mas não são.
 Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo,
O mar não teria ondas,
Os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

 O nada não ilumina,
Não inspira,
Não aflige nem acalma,
Apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

 Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar
a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão,
Para os fracassos, chance,
Para os amores impossíveis, tempo.

 De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
 Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.

 Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando...
Fazendo que planejando...
Vivendo que esperando...
 Porque, embora quem quase morre esteja vivo,
Quem quase vive já morreu.


(Luiz Fernando Veríssimo )


***

Nota: Era manhã de Primavera... Então fui fazer uma visita especial a um seminário (vale ressaltar que essa visita foi um pedido inegável de um amigo), e no final da missa (que acabei assistindo), algumas pessoas disseram algo que gostariam aos que estavam presentes...
Na ultima fala (um jovem seminarista que esta quase no fim de seus estudos), ressitou um lindo poema de um autor que nada menos conhecemos como Luiz Fernando Veríssimo.
Vendo isso e lamentando não ter como registrar , pensei que poderia propagar de alguma forma aquelas palavras que soaram tão lindamente daquele jovem.

Espero sinceramente, caros leitores, que levem isso para o lado pessoal e avaliem os seus atos e em quanto tempo os seus sonhos estão se realizando... Não se contentem com o "Quase".

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010



Quando vejo que você não vem
Peço ao tempo que volte
Para quando você estava aqui.
Quando você chega
Peço ao tempo que congele
Para isso assim ficar
Como uma fotografia
Eternamente...
Quando o outono vai embora
Vão com as folhas secas que caíram
A saudade apertada que sobrevive
Em meu peito, e assim você chega...
Que muitas sejam as primaveras
Que me fazem ficar junto à você.